Marilyn Monroe: O que você não sabia sobre sua vida com doença mental

postado em: Artigos | 1

Em 1961, um ano antes de sua morte, Marilyn Monroe escreveu uma carta de seis páginas para seu psiquiatra Dr. Ralph Greenson sobre seu tempo na ala psiquiátrica de Payne-Whitney.

Agora mesmo, quando olhei pela janela do hospital, onde a neve cobriu tudo, de repente tudo está meio verde. A grama, os arbustos perenes e gastos – embora as árvores me dêem um pouco de esperança – os galhos nus desolados prometendo que talvez haja primavera e talvez eles prometam esperança.”

Uma parte da vida de Marilyn Monroe merece ser compartilhada e se refere à sua jornada com a doença mental, expondo não apenas sua dor, mas sua força, profundidade e brilho. Esta é uma parte da história dela que você não ouviu.

Doença mental na família de Marilyn

Gladys Baker, mãe de Marilyn, vivia com esquizofrenia. Infelizmente, ela entrou e saiu de instituições psiquiátricas durante toda a infância de Marilyn. Em um ponto, Baker foi institucionalizada por uma década até 1945.

Faz sentido por que Marilyn estaria procurando por amor em outros lugares fora de si mesma. Ainda esperando que sua mãe voltasse para casa e lhe desse o amor que ela precisava, mas Glady estava tão perdida quanto. É importante ter compaixão por ambos, porque sua mãe não tinha outra escolha.A esquizofrenia é ainda, nos dias de hoje, a doença mental mais estigmatizada. O tratamento ainda não é tão amplamente disponível. Por mais que queiramos apontar o dedo para ela por abandonar Marilyn, talvez seja mais apropriado apontar o dedo para a sociedade que prendeu os dois. Se ao menos Gladys Baker pudesse ter preparado Marilyn para o que estava por vir.

A avó de Marilyn, Della Monroe, lutou contra a depressão pós-parto e a doença mental institucionalizada. Seu bisavô, Tilford Marion Hogan, morreu por suicídio.

Os primeiros sinais de doença mental em Marilyn

No livro  Hollywood Legends Collectors’ Edition 2017 Marilyn – Her Untold Story, familiares próximos revelam que Marilyn experimentou períodos de paranóia e delírios quando criança, como o incidente envolvendo a morte de seu cachorro.

Marilyn teve dificuldade em se conectar com outras crianças na escola, mas formou um vínculo estreito com seu cachorro, Tippy. Um dia, enquanto Marilyn estava na escola, Tippy foi atropelado por um carro. Um vizinho encontrou seu corpo e o colocou na garagem da casa de Marilyn. Era evidente que Tippy foi atropelado por um carro, mas Marilyn se recusou a acreditar nessa história. Ela estava convencida de que os vizinhos, que reclamaram do latido do cachorro, assassinaram brutalmente Tippy, cortando o cachorro em dois com uma enxada de jardim. Ninguém poderia convencê-la do contrário. A resposta de Marilyn ao incidente preocupou seus pais adotivos Ida e Wayne Bolender. A doença mental pode aparecer na primeira infância.

Marilyn seguiu em frente apesar dos obstáculos que enfrentou como filha adotiva e trabalhou em busca de uma carreira como atriz. No entanto, os sinais de doença mental ainda estavam presentes na estrela em ascensão.

1949-1950 Você ouviu isso?

“Você ouviu isso?” é a pergunta que Marilyn, de 22 anos, fez à sua treinadora de atuação, Natasha Lytess, enquanto se preparava para uma audição para o filme The Asphalt Jungle. Ela reclamou com Lytess que estava ouvindo vozes do lado de fora de sua porta. Lytess ficou preocupada com a saúde mental da jovem atriz e expressou sua preocupação com o namorado de Marilyn na época, Johnny Hyde, que agiu como se esse fosse um comportamento típico. Johnny Hyde morreu no ano seguinte. Após sua morte, Marilyn foi afetada em uma profunda depressão.

Lytess dividia um apartamento com Marilyn na época. Uma noite, ela chegou em casa e encontrou Marilyn desmaiada, com o rosto pálido e a boca cheia de pílulas para dormir. Embora Marilyn afirmasse que não tentou se matar, Lytess acreditava no contrário.

Lytess escreveu para um de seus alunos compartilhando sua preocupação genuína com Marilyn e insinuou que Marilyn estava seguindo um caminho sombrio que inevitavelmente a levaria à morte se ela não reconhecesse seus problemas de saúde mental.

1956 Procurando por um monstro pacífico

Em 1956, Marilyn entrou em seu terceiro casamento com o dramaturgo americano Arthur Miller. Ela estava procurando por amor e, embora o tenha encontrado, não durou muito. Marilyn era mais bem-sucedida do que nunca, adorada, ela ainda é, mas ainda se sentia sozinha. De vez em quando, as pessoas a viam despejando o conteúdo das pílulas em seu champanhe.

Enquanto filmava The Prince and the Showgirl na Inglaterra, ela descobriu o diário de Miller, onde ele reclamou que estava desapontado com o casamento e envergonhado por ela. Marilyn ficou arrasada e voou de volta para Nova York para se encontrar com seu psiquiatra.

No papel de carta, Marilyn escreveu:

“Na tela da escuridão vem/reaparecem as formas de monstros meus companheiros mais frequentes… e o mundo está dormindo ah paz eu preciso de você – até mesmo um monstro pacífico.”

1958-1960 A Escuridão escurece a luz

Enquanto filmava Some Like It Hot, Marilyn discutiu com Miller pelo telefone. Pouco depois, seu treinador de atuação, Paul Strasberg, encontrou a atriz deitada no chão. Marilyn teve uma overdose de pílulas. Em 1960, Marilyn e Miller anunciaram publicamente sua separação.

Embora a carreira de Marilyn estivesse prosperando, as vozes ainda estavam presentes, e suas lutas foram surgindo cada vez mais com o passar dos anos. Enquanto filmava The Misfits, Marilyn reclamou de ouvir vozes no set novamente. Seu psiquiatra Dr. Ralph Greenson prescreveu-lhe três vezes a dose máxima de Nembutal para tratar a insônia.

1961 Uma profunda Marilyn vem a tona

Marilyn entrou no Hospital Payne-Whitney sob o nome de Faye Miller. Ela pensou que a internação era para descansar fora dos holofotes, mas foi imediatamente levada para a ala psiquiátrica, ameaçada com uma camisa de força e colocada em uma cela. Ela estava lá por três dias antes de seu ex-marido e amor de sua vida Joe DiMaggio exigir que Marilyn fosse libertada.

Na carta de seis páginas ao Dr. Ralph Greenson, ela refletiu sobre seu tempo em Payne-Whitney

“Não havia empatia em Payne-Whitney – tEu tive um efeito muito ruim, eles me perguntaram
depois de ter me colocado em uma ‘cela’ para pacientes deprimidos muito perturbados (exceto que eu senti que estava em algum tipo de de prisão por um crime que não cometi). A desumanidade ali eu achei arcaica… tudo estava trancado a chave… as portas têm janelas para que os pacientes possam estar sempre visíveis…”

Ela também escreve sobre a situação em que revoltou-se com a equipe e, por último, remeteu ao estigma da doença mental.

“Peguei uma cadeira leve e a bati… contra o vidro intencionalmente. Deu muita pancada para pegar até mesmo um pequeno pedaço de vidro – então eu fui até lá com um vidro escondido na minha mão e sentei quieta na cama esperando eles entrarem. Eles entraram, e então eu disse a eles se vocês estão  me tratando como uma maluca, vou agir como uma maluca.”

Marilyn era uma pessoa perspicaz, sábia e via o que os outros não conseguiam. Marilyn era empática, embora os monstros que a assombravam mostrassem pouca compaixão. Esses escritos se correlacionam com a mensagem que muitos defensores compartilham hoje; que as pessoas com doença mental são moldadas pelo estigma.

1962 Adeus doce Marilyn

A depressão de Marilyn continua a piorar

Allan “Whitey” Snyder, maquiador de Marilyn, revelou que era difícil para Marilyn se levantar devido ao seu estado depressivo. Cerca de dez dias antes da morte de Marilyn, amigos a levaram em uma viagem ao Cal-Neva Lodge de Frank Sinatra, esperando que isso a animasse. De acordo com Joe Langford, um funcionário de segurança, Sinatra ficou chocado com a depressão de Marilyn. Ela parecia estar caindo mais fundo no poço.

Em 5 de agosto de 1962, a governanta de Marilyn ficou extremamente preocupada quando viu que a porta do quarto estava trancada. Ela ligou para o Dr. Ralph Greenson, que arrombou a janela de seu quarto e encontrou Marilyn morta. Ela tinha apenas 36 anos. Sua morte foi considerada um provável suicídio. Quando foi anunciado, o mundo ficou quieto. Um ícone incrível tomou seu lugar como um anjo.

Marilyn Monroe 1926-1962

Podemos aprender com a história de Marilyn. A maneira como aparecemos por fora não determina como nos sentimos por dentro. Seu sorriso escondeu seu sofrimento, mas agora sabemos e, embora ela não esteja mais aqui, espero que ela se sinta vista além da superfície. Ela é Marilyn Monroe, vulnerável, brilhante, ousada e bonita. Sua história vai muito além do palco – um conto de tragédia e triunfo.

Marilyn Monroe foi enterrada na Cripta. Nº 24 no Corredor de Memórias em Los Angeles, Califórnia. Em seu sorriso, a esperança estava sempre presente. Ela glorifica em vida, e sua morte não foi apenas esta imagem final.

Este artigo é dedicado a Marilyn Monroe. Como alguém com transtorno bipolar, sei como é procurar a paz e espero que Marilyn tenha encontrado esse lugar.

Fontes:

Vanity Fair Marilyn and Her Monsters

Hollywood Legends Collectors’ Edition 2017 Marilyn – Her Untold Story

LIFE Magazine: Remembering Marilyn

People Magazine: Read Marilyn Monroe’s Harrowing Letter Going Up for Auction Detailing Her Sanitarium Stay: It ‘Had a Very Bad Effect’ on Her

Escrito por Hannah Blum
Artigo original:
https://halfway2hannah.com/2018/07/19/marilyn-monroe-what-you-didnt-know-about-her-journey-with-mental-illness/
Tradução: Lê

O Blog Humor Bipolar gera gastos a cada mês bem como o esforço e tempo dedicados para trazer para você os melhores artigos traduzidos dos mais importantes sites relacionados à bipolaridade, considere fazer uma doação de qualquer valor, isso nos mantém sempre atualizados e com os melhores artigos para você.

Faça um PIX agora mesmo.

Chave Aleatória

3f1cd687-f2ad-4255-b95f-d693dddf2e06

ou

QR CODE

 

  1. JobsTips-2022

    Mas Summers insistiu. Ate que, finalmente, conseguiu entrevistar mais de 700 pessoas, algumas delas com conhecimento muito detalhado dos ultimos dias e horas da atriz. Uma delas foi sua governanta, Eunice Murray, alem da familia do seu ultimo psiquiatra, Ralph Greenson. No centro de todo o misterio que circunda a morte de Marilyn Monroe, encontra-se o suposto relacionamento da atriz com os irmaos John e Robert Bobby Kennedy, respectivamente presidente e procurador-geral dos Estados Unidos, na epoca. Os anos eram 1961 e 1962 e nao restava a atriz muito tempo de vida.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *